quarta-feira, 26 de março de 2014

Antes do Kalundu















sexta-feira, 7 de março de 2014

Doido

                               Caros amigos, meu trabalho mais uma vez atravessa o Atlântico.
      
                       Gente meio doida, doida e doido completo é com essa gente que eu dou certo.

Outra de doido

  Lá pelos anos 90, numa pindaíba arretada.
  Reciclava até papel higiênico.
  Então endoidei, e resolvi fazer obra de arte com tudo que eu via pela frente.
  Tubo de pasta de dente, frasco de remédio, arame, madeira e prego.
  Tintas de todas as marcas e utilidades.
  Lata de batata frita, dente de cachorro doido, chocalho de cascavel, pregas de uma xana perdida numa noite.
  Juntei tudo isso e muito mais, e construí alguns quadros para expor no bar da Lélia
  Só via fumaça subir, galinha e costela assavam, cachaça, cerveja.
  Papagaio era o mais zuadento, corintiano roxo.
  Moreno era colecionador e me explorava muito, eita palmeirense doido.
  Gilsão era quase um lenhador, burro inchado era o churrasqueiro com o tempero mais gostoso de São Paulo.
  Exposição no bar da Lélia era uma festa!
  Resolvi fazer um leilão, fui logo subindo nas mesas, para anunciar um quadro.
  Comecei de 10 reais e foi subindo para 60.
  No canto do balcão, tinha um doido com uma tatuagem da cabeça aos pés, todo melado de tinta.
  E ele olhava para mim, eu já todo desconfiado, abriu o bocão e vi que era refinado.
  Desses que trabalham nas coisas de publicidade, peguntou quanto eram todos os quadros.
  Aí que eu fiquei mais desconfiado, falei dá tanto:
  -É pouco, bote mais valor em cima disto.
  Fiquei desajeitado, pulei de cima da mesa, tomei mais uma canjibrina e ele foi logo arrastando o talão de cheque.
   A Lélia já de prontidão com a caneta na mão, fez o cheque e prometeu voltar na próxima semana para retirar.
  Hoje eu sinto saudades desses rebentos, que não dão notícias , nem uma cartinha mandaram.
  Saudades deste doido.