As formigas eram agradáveis e companheiras, e não me davam prejuízo.
Os porcos de Biu, ou do povo mato dentro, seu Joca sei lá quem?
Me aprontaram umas boas.
Eu sou ruim neste negócio de matar.
Fiquei bisbitando, planejando uma matança.
Mas num sou disto.
Isso por causa de umas bananas, batatas doce assada que levei pro almoço.
E eu insistindo no assunto do laboro, distraí e os porcos fundaram dentro.
Na minha vez, cade as bananas e batatas?
Fiquei dias perseguindo os porcos.
Me ensinaram a colocar pó de vidro pra matar os bichos, mas não deu certo.
Eita tempo, bravo!
Mas como tu vê, a dificuldade de matar é tão grande que não mato nem barata.
Aí vem a providência divina, ou o meu jeito de ser, na subida da ladeira, onde eu ficava mostrando camisa.
Os caminhões subiam carregados, bem degavar.
Pedia um adjuntório.
A maça. o milho assado, um pedaço de pão.
Um caminhoneiro é quase um Deus pra quem está na beira da estrada.
Depois eu conto a história das formigas...
No fim do trabalho, caminhava três quilômetros até minha casa.
Criança merece um parque de diversão.
Olhava na fresta das janelas, de brega barato.
As putinhas de peito duro, cavalgando e o ruído da cama velha.
O gozo do operário da estrada.
Depois desta boa aula, encontrava minha morena debaixo do pé de pau de flor vermelha.
O banquinho tinha cada causo!
Cipriano Souza é um artista plástico, nascido no arraial de São Domingos-BA. A sua arte colore o sertão em que nasceu e narra causos . Possui obras na galeria Arte Aplicada e escritório de arte Ricardo Cardoso em Sao Paulo-SP ,
quinta-feira, 24 de abril de 2014
quinta-feira, 17 de abril de 2014
Embornal
Um embornal cheio de beiju.
Os pés descalços a caminhar.
Nos carreiros, veredas.
Na venda um gole de história.
Seu Francino com a viola na mão.
No banco esquerdo do balcão, mais três cabras.
A entrega foi feita
O beiju foi vendido na feira.
E na algibeira a quantia certa.
Um litro de óleo, um pedaço de fumo.
O querosene, pilha pro rádio e mais um dedo de prosa.
Os pés descalços e o embornal cheio, o coração tranquilo.
A cabeça velha cheia de histórias do comércio.
www.youtube.com/watch?v=8wnTwBZ0e74
Os pés descalços a caminhar.
Nos carreiros, veredas.
Na venda um gole de história.
Seu Francino com a viola na mão.
No banco esquerdo do balcão, mais três cabras.
A entrega foi feita
O beiju foi vendido na feira.
E na algibeira a quantia certa.
Um litro de óleo, um pedaço de fumo.
O querosene, pilha pro rádio e mais um dedo de prosa.
Os pés descalços e o embornal cheio, o coração tranquilo.
A cabeça velha cheia de histórias do comércio.
Flores para Seraphine de Senlis
www.youtube.com/watch?v=8wnTwBZ0e74
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