quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Sem causo

Esperei por algum tempo o reiniciar da máquina.
Tudo pronto e de acordo com ela.
Esperei o plug in, esperei.
Plug in por mim plugado e é nada.
Nada é nada, ou não é?

Vi dize pela tv, e até assisti um tal de sete anões.
Sete anões aqui do Brasi, não é daqueles do lado de lá, da princesa.
Pindorama, Pindorama, viva!
Eu vi um bucado de cores, mais de cem para calcular.
Que alegravam este povo, com as cores e o sorrisar.
Viva, viva!
E eu estou lá.
Se for me comunicar eu te peço para aguentar mais um pouquinho
Pois vou esperar a máquina de novo reiniciar
E vou fazer mais um plug in para depois comunicar.


Viva, viva João de Mira, Jorge e seu Juvená.
E os meninos nessa hora, no bar do Juarez está
Depois passa na venda de seu Antenor, do seu Sinhô, e de Nika.
E no bar de Tião vai relaxar.
Bebe uma , bebe duas e vai ter que ir do lado de lá.
Passa no bar de Beto, penúltimo gole a tomar
O último vai ser na ladeira descendo, indo para o ribeirão.
Depois do ribeirão só lá na casa de Val
Ali é o lugar do ajuntamento, da cultura popular.
Vem logo um violão e Val começa a cantar
Tem pandeiro, viola e a sanfona
E o resto não vou contar
Boa noite.



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Pitiko

   Pitiko é um filhote de sanhaço que passou uma temporada no ateliê, ele não conseguia voar.
   Sua mãe todo dia vinha dar comida em seu bico.
   Paciência e saudades.
   Piu Piti Pitiko








Por viver muitos anos dentro do mato
Moda ave
O menino pegou um olhar de pássaro -
Contraiu visão fontana.
Por forma que ele enxergava as coisas
Por igual
como os pássaros enxergam.

  


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Pragas

   Gravatá, croa, flores exóticas , amarelas, violeta e magenta. Cordas resistentes para piar um cavalo, burro ou porco. Pendurar galinhas no pau d'arco.
    Biriba.
    Na lagoa de Mateus, no tempo das águas, casamento do rio com a lagoa, juntamento do tanque da nação, a florada dos umbuzeiros.
    Ribeirão da sucupira, da boa vista, do enxu , tempo de fartura, de piabas, traíras, tilápias, bagres, sapos e girinos, até chame xuga.
    As malvas, quiabentos, a fartura das chuvas e os bichinhos avoadores e o gravatazeiro.
    Brincadeiras no mato passo.
    E eu aqui deitado lembrando deste passado, memórias de criança.

Ensaio de ópera para a natureza


Lente da câmera distorcida
Meu olho é minha lente
Minha arte é livre de exploração
E quem me explora dá coceira no cuião
Minha arte é verdadeira, é tristeza e alegrão
É de fé e é de não.
Padre Cícero e Bastião.
Xito e Xororão.
São Cosme e São Damião
Iemanjá, Santa Bárbara e minha Aparecida querida.
Cipriano Souza

foto: Adão Pinheiro

  Minha vida igual ao do retirante Fabiano
  Viver de arte no Brasil é igual a um catingueiro que planta no pó
  E depois da colheita, vem o explorador se aproveitando da alta da safra
  No pó eles somem e na colheita aparecem igual praga
  Sem falar nas cercas.
  O que me salva é que existem os bons cabras
  Que amam a arte e respeitam o artista
  Eita desgrama!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Arvoredo

                                  A árvore não fala, temos que falar por ela.

    Os papagaios de São Paulo ocupavam a copa da árvore , perderam um pouso para o seu vôo e alimentos para a sua revoada.
    Jandaias, maritacas, cuiubinhas, sabiá, laranjeira, assanhaço, bem-te-vi, pardais, pica-pau, gavião, coleirinha, caga sebo, papa capim assobiam no meu quintal.
    Arrancar uma vida revela a capacidade de viver, o silêncio como dizem: Quem cala consente.

Significado de Árvore

s.f. Planta lenhosa cujo caule, ou tronco, fixado no solo com raízes, é despido na base e carregado de galhos e folhas na parte superior.
Mecânica. Eixo usado para transmitir um movimento ou para transformá-lo: árvore de cames.
Árvore genealógica, quadro que dá, sob forma de árvore com suas ramificações, a filiação dos membros de uma família.
Anatomia. Árvore da vida, parte interna e ramificada do cerebelo, cuja seção figura uma árvore.
Psicologia. Teste da árvore, teste projetivo dos retardamentos e das perturbações da personalidade, que se revelam no desenho de uma árvore executada pelo indivíduo.
Árvore de Natal, árvore que se arma na noite de Natal, na sala principal da casa, e de cujos ramos pendem presentes e brindes.











 
Um passarinho pediu a meu irmão para ser sua árvore.

Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.

No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de

sol, de céu e de lua mais do que na escola.

No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo

mais do que os padres lhes ensinavam no internato.

Aprendeu com a natureza o perfume de Deus

seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul

E descobriu que uma casa vazia de cigarra esquecida

no tronco das árvores só serve pra poesia.

No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.

Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,

envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros

e tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.

Meu irmão agradecia a Deus aquela permanência em árvore

porque fez amizade com muitas borboletas."
 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Museu do Café - UNESP Botucatu

  Dias de chuva , sol e neblina, bela Botucatu.
 José Eduardo Candeias, coordenador do Museu do Café, nos recebeu com um grande carinho e apresentou o museu e a cidade.
  Tempos do café, Getúlio Vargas e a UNESP, belo espaço, monitores do museu orientando a visita.
  Mês de outubro tem as obras de Cipriano Souza no Museu do Café, um bom passeio pelo interior do estado de São Paulo, é uma boa oportunidade para conhecer de perto a produção do artista.