Da rede no alpendre, tudo em volta verde , e o vento sopra e balança .Eu na rede balanço ao som dos violinos de Vivald.
Leveza dialogando com a lei da física ,assim se faz um pensador .
A rede tem várias utilidades :como transportar pessoas com debilidade física ou doente , ou grávida para parir, ou mesmo para momento fúnebre, e a beleza das cores ,a estética e momentos de brincadeiras ,as crianças ,a farra ,fanfarra .
Num dia alegre ,esse agora . Quando escrevo e ouço boa música ,pensando no piano , o pianista ,a orquestra em movimento, os violinos, as cordas, sopros ,couros ,coros e as emoções dos músicos e públicos.
A rede é uma invenção incrível dos povos indígenas ,você fica entre o céu e a terra .Em uma posição elevada como um ioga ,recebendo a energia que vem da terra, e a do espaço ,isso me faz muito bem.
Numa rede em tardes quentes , nas florestas brasileiras, os povos do lugar descansaram,descansam , namoravam, namoram, ou mesmo um pesquisador observando a natureza ,ou se livrando das intempéries ,a umidade, ou fotografando bichos ,passarim ou num desses rituais à rede.
Querida você me leva longe, e leve estou , obrigado meu Deus.
Escrevi na rede Ilha de Boipeba BA, praia de Moreré
Texto :Cipriano Souza
Fotos :Marili Tegon