segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A moça do rádio

   Teve um tempo que eu consertava rádio, tv e o que mais aparecia  lá na caatinga.
   Uma moça me mandou seu aparelho que não funcionava.
   Quando abri o rádio, encontrei uma porção de cartas de amor.
   A dona ouvia o programa e mandava as cartas pelo rádio.
   Não conhecia o correio.
   Consertei e devolvi as cartas.


Se matar for inteligência
Sei que o homem é.
Mata muriçoca, mosquito, caititu, preá , crocodilo, rato, baratas e sonhos.

O cineasta 100x100cm 2014

Retrato 60x40cm 2014

Dica: exposição de Cipriano Souza no Bar Cristal Grill (Rua Prof. Arthur Ramos, 551, Jd. Paulistano, São Paulo, SP:

Cipriano Souza
Intensidades

A palavra intensidade parece apontar ótimos caminhos para mergulhar numa interpretação do trabalho visual de Cipriano Souza. Sua obra tem na cor uma característica primordial, mas ela não se esgota em si mesma como recurso plástico. A forma de dividir as áreas da pintura, por exemplo, indica para um entendimento próprio do sentido da arte.

Criar, para o artista baiano, é visceral. Não se trata de mais uma atividade humana, mas sim daquela mobilização primeira, inata, que o leva a construir narrativas continuamente, seja pelas imagens, seja pelas palavras em sua conversa encantadora. Cipriano surge como um contador de histórias em que não há fronteiras entre o real e o imaginado.

O impulso que o motiva é de manter a mente em andamento. Provavelmente isso o leva a estar sempre disposto a oferecer ao público novas dimensões de sua própria obra, num processo de busca constante. Pequenos desenhos ou telas de maiores proporções estão nessa mesma dinâmica de não estagnar como pessoa e como artista.

A intensidade do universo de Cipriano Souza se dá num permanente sentir o mundo e devolvê-lo pelas tintas ao nosso olhar. Trata-se de um exercício habitual de combate a qualquer tipo de acomodação. O pensar e o fazer são os pilares de uma existência ergue estruturas visuais densas e alegres.

Oscar D’Ambrosio integra a Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA-Seção Brasil). É doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie e mestre em Artes pelo Instituto de Artes da Unesp.

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